Páginas

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Será uma crônica?

Linguiça é totó da vizinha




Que me fez lembrar Baleia


O totó de Fabiano.


Fabiano o retirante de Vidas Secas de 1938 (Graciliano Ramos).






Como é engraçado: linguiça e baleia são sinônimos de comida,


      Ô linguiça, ô Baleia


Poderia ser ô linguiça de baleia;


Ô baleia saborosa quanto uma linguiça;


Pois pra Fabiano, na hora da fome a baleia carne largamente consumida no passado,


Tinha sabor saboroso de linguiça,


Hoje na favela no fim do mundo da desigualdade social,


Linguiça se si descuidar vai parar na panela como se fosse baleia do mar.


Se o Fabiano estivesse por aqui iria rir de mim e chorar pelo Linguiça, como certamente chorou por causa de Baleia.


Qual terá sido a sina de Baleia e qual será a sina de Linguiça. Quem sabe se Linguiça não é um descendente de Baleia, afinal continua na mesma secura, no mesmo deserto, os donos de cada um são oriundos do mesmo chão, conversam com sons guturais, irritantes e incompreensíveis.


Vai saber, talvez até os donos de Baleia, Fabiano e Sinhá Vitória são antepassados da minha vizinha a dona de Linguiça.


Vai saber.





Nota: Direitos reservados a autora: Maria Natália

Nenhum comentário:

Postar um comentário